Josué 2: 6 – 23
O texto que lemos é um resumo de todo o livro de Juízes. Mostra um ciclo espiritual na vida de um povo rebelde e desobediente.
Depois da morte de Josué, Deus levantou juízes no meio do povo. Em meio à vida de um juiz e outro, o povo se afastava de Deus e fazia o que era mal aos seus olhos.
O povo sofria e Deus levantava juízes para libertá-los. Exemplo: Otoniel, Eude, Débora, Gideão, Jefté, e Sansão.
Aquele povo havia recebido ordens expressas de Josué de não cultuar outro Deus: “Agora, então, joguem fora os deuses estrangeiros que estão com vocês e volte-se de coração para o Senhor, o Deus de Israel”. Js.24:23.
Enquanto Josué viveu, aquela geração serviu a Deus, mas Josué morreu e foi sepultado… Aquela geração que viu os grandes feitos do Senhor também foi sepultada.
Surge agora uma nova geração… Como vai viver agora esta nova geração?
É com muita tristeza que lemos: “Surgiu uma nova geração que não conhecia o Senhor e o que ele havia feito por Israel”.
O verbo “conhecia” não significa que eles não sabiam a história daquele povo como nação de Deus.
Eles conheciam a história do mar vermelho, da travessia do Jordão, da derrubada dos muros de Jericó de todas as batalhas que aquele povo enfrentou para possuir a terra.
Mas nada disso fazia mais importância para eles.
Aquela geração não aprendeu a honrar os feitos de Deus por eles… Não se alegravam em Deus… Esqueceram que foram salvos da escravidão do Egito.
Aquela nova geração conhecia um Deus apenas histórico, mas suas palavras não havia se tornado vida na vida deles. Conheciam apenas de ouvir falar.
Não somente esqueceram como fizeram o que o Senhor reprova e prestaram culto aos baalins. (11).
Aquela geração começou a adorar baal = Significa deuses insignificantes, deuses pífios.
Vale a pena aqui uma boa reflexão: De quem é a culpa?
A culpa é de uma geração que não ensinou os seus filhos ou dos filhos que não quiseram ouvir os seus pais?
Cremos que as duas respostas estão corretas.
A primeira geração havia recebido mandamentos de ensinarem seus filhos a meditar na lei do Senhor quando sentarem, quando estiverem andando, quando se deitarem, ao levantarem… Ou seja, em todo o tempo. (dt. 6: 7,8).
Não significa que eles pregariam sermões para seus filhos, mas sim seriam didáticos no dia a dia, falariam dos grandes feitos do Senhor, do seu poder e de suas maravilhas… Inculcariam fé no coração de seus filhos.
A principal razão dos filhos abandonarem a fé dos pais são eles perceberem qualquer incoerência do que falam, ensinam com o que vivem… Isto é algo muito sério para os pais.
Exemplo: Mentir a respeito da idade do filho só para não pagar conta no rodízio.
De que forma aquela geração não conhecia a Deus?
Eles não conheciam a Deus de forma relacional, pessoal… Os filhos não tinham intimidade com Deus… Não amavam a Deus… Esqueceram-se do “ouve” ó Israel que O Senhor seu Deus será o único Deus.
Precisamos aprender algo importante: Deus não possui netos, mas sim filhos.
De que forma Deus reagiu a isto? “A ira do Senhor se acendeu contra eles”. (14).
Deus ficou irado = Sentimento de rancor, ofensa, insulto, indignação.
Neste caso, Deus é como um pai que foi totalmente rejeitado por seu filho.
Qual é a consequência disto? “Ele os entregou nas mãos de invasores que os saquearam… E não conseguiram resistir”. (14 b).
Importante notar que os inimigos se tornaram os próprios que eles deixaram viver entre o povo… Triste ironia.
Havia agora grande angústia no meio do povo.
Qual foi a solução de Deus em meio a tudo isto? “Deus levantou juízes que os libertaram”. (16).
Isto se tornou um ciclo na vida daquele povo. Eles adoravam outros deuses, caíam nas mãos deles e Deus levantava juízes para libertá-los. E assim sucessivamente.
Deus tinha misericórdia por causa dos gemidos deles, levantava juízes e os libertavam… Mas quando o juiz morria… Voltava a caminhos ainda piores. (19).
O que ocorria era falso arrependimento, falso gemido, falso louvor, falso avivamento. Na verdade um falso conhecimento de Deus.
Será que este ciclo na vida espiritual reflete a nossa vida?
O versículo 17 diz: “Mesmo assim eles não quiseram ouvir os juízes, antes se prostituíram com outros deuses”.
Quando adoramos outros deuses, em vez do Deus verdadeiro estamos nos prostituindo, pois criamos um relacionamento paralelo e ficamos totalmente vulneráveis nas mãos deste outro relacionamento.
Deus quer se relacionar conosco como sua noiva, a esposa amada, mas quando somos infiéis a Deus somos como uma pessoa adultera.
Notem algo importante: O texto não diz que aquele povo abandonou o verdadeiro Deus, mas diz que eles seguiam outros deuses. (19).
Seria como a pessoa que é casada, mas que mantém um relacionamento extraconjugal. Ele não deixa a esposa, mas tem uma amante.
Como você se sentiria se descobrisse que estava sendo traído em seu relacionamento? E como você percebe que Deus se sente quando nosso coração não é totalmente Dele?
Apenas relembrando o espírito daquela época: Eles não tinham rei em Israel, cada um fazia o que queria.
Em nossa geração o espírito é o mesmo. Muito se fala em liberdade, que somos livres e que podemos fazer e viver da maneira que quisermos.
Afinal de contas Deus é Deus de todos e salvará a todos: Teologia do universalismo.
Jesus diz: “Todo aquele que vive no pecado é escravo do pecado” João 8: 34.
Jesus diz também: “E conhecereis a verdade, e a verdade os libertará”. João 8: 32.
Podemos estar levantando falsos deuses em nosso coração, falsos ídolos em nossa época.
Quando dividimos o coração entre o Senhor e o dinheiro, ou a carreira profissional, levantamos falsos deuses no coração.
Quando nossa família, bens, ambições, tempo e amizades estão em primeiro roubando o nosso coração, significa que nosso coração é idólatra.
Significa que estamos nos prostituindo, pois estas coisas vêm roubar o nosso coração da presença de Deus.
Qual é o julgamento de Deus sobre um povo que tem um coração dividido?
“Não expulsarei de diante dele nenhuma das nações… Eu as usarei para pôr Israel à prova e ver se guardará o caminho do Senhor”. (vers.21, 22).
Ou seja, teremos sempre que reavaliar o nosso coração e o nosso relacionamento com Deus.
A responsabilidade de expulsar os falsos deuses, os falsos ídolos são nossos.
Aquele povo teria que se arrepender e expulsar fora os falsos deuses levantados no coração, fazendo assim, isto traria a vida e a comunhão de volta aquele povo.
Uma reflexão para participarmos da ceia:
Precisamos algo melhor do que juízes humanos ou lideres que não morrem…
Precisamos de alguém que verdadeiramente possa nos libertar… Libertar nosso corpo, nossa alma.
Precisamos de um libertador… Precisamos de Jesus.
O sangue de Jesus nos liberta e nos purifica de todo o pecado…
Na cruz Jesus nos resgatou do pecado para vivermos uma nova vida.
Precisamos de uma experiência viva, verdadeira e pessoal com Jesus.
Jesus tem que ser a palavra viva em nossas vidas. O verbo tem que se tornar palavra viva em nossa vida.
Quem sabe nossa única experiência com Deus é a dos nossos pais, precisamos de uma experiência real com Deus… Desta forma nunca mais teremos um coração dividido entre dois senhores.
Precisamos voltar a ter um compromisso radical com Jesus.
(Fonte: Juízes para você – Timothy Keller).