Mateus 6: 5 – 14
A prática da oração é algo tão substancial para a vida do cristão que Jesus
gasta boa parte do seu sermão da montanha ensinando os discípulos a
orarem.
Primeiro Jesus ensina o modo como NÃO devemos orar. E depois como
devemos orar e permanecermos persistentes na oração.
Percebemos que Jesus faz um contraste entre aqueles que confiam
plenamente em Deus e os pagãos, ou gentios que possuem apenas uma
religiosidade hipócrita.
Os religiosos gostavam de orar em pé nas sinagogas e nas esquinas, nas
casas, nas praças.
O grande problema não estava na postura deles ou no lugar onde oravam,
mas sim nas motivações do coração: “A fim de serem vistos pelos outros”.
Algo importante aqui a respeito da oração: O que nos motiva a buscar a
Deus em oração?
Se por um lado existe uma oração exibicionista, Jesus convoca aqueles que
querem ter uma comunhão verdadeira com Deus a buscá-lo no secreto, em
segredo, a sós.
Jesus convoca seus discípulos a uma verdadeira comunhão com O Pai…
Notem que um relacionamento profundo requer intimidade e comunicação.
Quem ora em secreto, recebe da parte de Deus recompensas secretas.
Tesouros secretos nos aguardam.
Outro contraste entre os religiosos e os que buscam intimidade com Deus:
Ficam repetindo sempre as mesmas orações, falam muito, sem refletir o que
estão pedindo, oração mecânica.
O religioso pensa que pelo muito falar ou o volume das suas orações eles
serão ouvidos. São palavras vazias jogadas ao vento.
Jesus dá a seus discípulos uma severa advertência: Não sejam iguais a
eles.
A oração de um cristão deve ser algo refletido, muitas vezes sem palavras…
Não sabemos orar como convém, mas o Espírito nos ajuda em nossas
fraquezas.
Deus sabe o que precisamos antes mesmo de pedir.
Surge aqui uma pergunta inquietante: Se Deus sabe o que precisamos, por
que orar?
Não oramos com a intenção de informar a Deus do que precisamos, mas
sim despertar a nossa fé… Despertar a nossa consciência para a dependência
de Deus.
Lançamos sobre Ele a nossa ansiedade, deixamos nas mãos de Deus
nossas esperanças e expectativas, sabendo que Ele tem cuidado de nós e o
que é melhor para nós.
Nossa oração deve ser real, sincera, refletida. E isto envolve nossa mente,
nosso coração e nossa dependência de Deus… Entrega total, irrestrita. Deixar
tudo no altar de Deus.
Jesus apresenta aos seus discípulos um “modelo” de oração genuína,
verdadeira.
A chamada oração do Pai nosso. (Vocês orem assim:).
Até aquele exato momento dos ensinos de Jesus, ninguém nunca ousou
chamar a Deus de pai. Nem mesmo Davi que tinha tanta comunhão cantando e
adorando a Deus ousou chamar Deus de Pai.
Jesus convoca seus discípulos a uma intensa comunhão e intimidade com
Deus, chamando a Deus de “Pai nosso”.
John Stott diz que tratar a Deus como Pai reflete nossa consciência acerca
de um Deus pessoal, amoroso e poderoso.
O apostolo Paulo falando a respeito da relação de Deus com seus filhos
disse a mesma coisa a esse respeito: “E, porque você são filhos, Deus enviou
o Espírito de seu filho ao coração de vocês, e ele clama: “Aba, Pai”. Gl. 4: 6.
O nosso relacionamento com Deus é um relacionamento entre um pai e um
filho herdeiro de promessas e não entre um escravo e seu dono.
Todas as distâncias entre os céus e a terra ficam diminuídas quando
estamos na presença do Pai.
Devemos nos aproximar de Deus tendo esta verdade revelada em nossos
corações… Somos filhos e Deus… E ele nos trata desta mesma maneira…
Filhos que dependem de um Pai amoroso.
1) A oração deve entronizar Deus, Ele é soberano sobre todas as coisas…
Santificado seja o teu nome.
A oração exalta o nome de Deus, glorifica a Deus pelo que Ele é.
2) A oração prioriza os interesses de Deus.
Os interesses de Deus tem prioridade em nossas orações: “Teu nome”…
“teu reino”… “Tua vontade”…
Será que quando oramos temos colocado estas coisas como prioridade em
nossas vidas.
Não é Jesus que neste mesmo sermão da montanha tem ensinado que
devemos buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e que todas
as outras coisas nos serão acrescentadas?
Nossas orações somente farão sentido quando as coisas do Pai vierem em
primeiro lugar.
3) Nossas necessidades básicas devem ser colocadas diante do “altar de
Deus”.
E quais são elas:
a) O pão nosso de cada dia.
Deus ensinou esta lição no deserto: Diariamente a porção de maná era
enviada dos céus.
Nem a mais e nem a menos, mas o suficiente para suprir suas
necessidades.
Devemos orar pelo pão de cada dia e não pelo de amanhã, do mês, do
semestre ou do ano.
Hoje em dia virou moda “os crentes” orarem por 12 dias de clamor para 12
meses de bênçãos.
Campanha de oração… Corrente de oração… Oração da prosperidade e etc.
O pão nosso de cada dia representa todas as coisas necessárias para a
preservação desta vida.
b) O perdão é tão necessário à vida e a saúde do corpo como o alimento.
O pecado é comparado como uma dívida que merece castigo.
Quando Deus perdoa, ele cancela a divida, anula a pena e a acusação.
Uma das evidências de que somos perdoados é que em nós opera um
espírito que perdoa também.
Você tem retido perdão a alguém… Reprense a sua oração.
c) Não nos deixe cair em tentação, mas livra-nos do mal.
Não podemos evitar sermos tentados… A cobiça está dentro de nós.
Precisamos ser libertos da tentação e precisamos orar por isto.
Livra-nos do maligno, do diabo, do tentador.
Podemos vencer a tentação e o maligno orando ao Deus que pode todas as
coisas.
O nosso maior modelo de oração glorifica a Deus… Teu é o reino, o poder e
a glória para sempre. Amém.