Lucas 13: 1 – 8
O texto anterior Jesus esta falando a respeito de juízo divino e que todos nós um dia passaremos por este juízo final, e que este tempo já se aproxima.
Podemos então resumir todo este contexto com a nossa necessidade de acertamos hoje nossa vida com Deus, mas também acertarmos nossas vidas uns com os outros.
Neste texto Jesus é informado que Pilatos estava cometendo uma grande atrocidade, matando alguns Galileus (e Jesus era Galileu) e pegava o sangue deles para misturar com seus sacrifícios pagãos.
Os motivos por que Pilatos realizou tal chacina são desconhecidos, talvez por puro prazer de cometer sacrilégios. (Pecados contra a religião e coisas sagradas).
Certamente veremos estes tipos de sacrilégios sendo cometidos esta semana mesmo com a comemoração do carnaval. (Pessoas misturando coisas sagradas com uma comemoração mundana, pagã).
Quando Jesus é informado disto e conhecendo o coração daqueles que traziam as informações, ele lhes dá uma resposta inusitada: “Vocês pensam que esses galileus eram mais pecadores que todos os outros, por terem sofrido dessa maneira?”.
Ou seja, existia na mentalidade do povo que se acontecesse algo de ruim a algumas pessoas, estes acontecimentos eram por que essas pessoas eram muito pecadoras e merecedoras de tais sofrimentos.
Em João 9 as pessoas ao verem um cego de nascença perguntam a Jesus: “Quem pecou para que ele nascesse cego, ele ou seus pais?”.
No livro de Jó, surge a mesma questão: Jó está sofrendo por que cometeu muitos pecados, então a mão de Deus está pesando sobre ele.
Estas questões ainda são muito fortes nos nossos dias e ficamos fazendo especulações a respeito de tragédias que acontece com pessoas.
Jesus relembra a respeito de uma grande tragédia acontecida naquele tempo. A torre da cidade de Siloé havia caído e matado dezoito pessoas.
E Jesus repete a mesma reflexão: Eles eram mais culpados do que os outros habitantes de Jerusalém?
E a resposta é a mesma: Logicamente que não!
Então Jesus lhes fala a respeito de algo básico para todos: A necessidade do arrependimento.
Jesus acaba de vez com todas as especulações a respeito das tragédias da vida e nos alerta sobre algo ainda mais importante: Examinarmos o próprio coração.
Sim, isso mesmo. Sempre será mais fácil falarmos da vida alheia, da tragédia “dos outros”, dos pecados dos outros do que examinarmos nosso próprio coração.
O mundo não está dividido entre maiores pecadores e menores pecadores. Para Deus não existe uns melhores e outros piores. Para Deus existem apenas pecadores.
Portanto, não podemos especular a respeito da vida alheia, mas olharmos para dentro de nós mesmos e encararmos o nosso pecado.
A bíblia afirma: “… pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus”. (Rm. 3: 23).
Destituídos é afastado, que perdeu a dignidade, que ficou longe de Deus.
Sabemos pela bíblia que não existe nenhum homem justo. Fomos concebidos em pecado.
Pecamos por palavras, por obras, omissão e pensamentos e por isso precisamos passar pelo arrependimento.
Arrependimento: Começa com o reconhecimento do pecado… Passa tendo tristeza pelo pecado e nos leva a confessar estes pecados e por último resulta em rompimento completo com o pecado.
Jesus em vez de fazer um discurso contra Pilatos e especular a respeito das tragédias ele fala a respeito de algo pior.
Não existe nada pior do que a morte sem arrependimento de pecado. O pecado é a maior tragédia da vida humana.
Sem arrependimento e confissão dos pecados estamos completamente afastados de Deus e condenados a morte eterna.
Jesus ilustra isto de maneira bem simples.
Ele conta a parábola da figueira sem frutos.
A figueira com suas folhagens exuberantes somos todos nós com a aparência de uma vida boa, perfeita e equilibrada.
Porém, quando foi procurar fruto, não achou nenhum.
Ou seja, Jesus não se contenta somente com as folhagens exuberantes, ele deseja frutos. Uma figueira sem frutos somente atrapalha o crescimento das outras plantações.
Onde estão os nossos frutos de arrependimento?
Estamos vivendo de forma muito perigosa. Estamos na igreja todos os domingos, ouvimos a palavra, recebemos tudo o que precisamos da parte de Deus e mesmo assim não existem frutos de arrependimento.
Se não tivermos frutos de arrependimento, certamente pereceremos.
Hoje é dia de examinarmos o próprio coração e verificarmos onde estão os frutos.
Questões básicas para refletirmos:
- Como está o nosso relacionamento dentro de casa?
- Nossas palavras estão sendo doces ou amargas?
- Nosso linguajar tem sido torpe ou santo? Profano ou sacro?
- Temos sido fieis uns aos outros?
- Temos honrado nossos pais?
- Estamos levando nossos filhos a ira?
- Estamos desejando aquilo que é dos outros?
- Nossos pensamentos estão ocupados demais com invejas, ciúmes e mentiras?
“Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei”.
Mas o fruto do Espírito não para por aí!
“Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e os seus desejos. Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito”. Gl 5: 22 – 25.
A parábola que Jesus contou fala a respeito do evangelho da segunda oportunidade.
Uma figueira normalmente demora uns três anos para dar fruto. Se não der fruto neste período é muito provável que nunca mais produza frutos.
O dono da vinha pediu para cortar a figueira fora, mas surge um intercessor: O homem que cuidava da vinha pediu mais uma oportunidade para a figueira.
Jesus é o nosso intercessor que está pedindo ao Pai mais uma oportunidade. Ele está cavando ao nosso redor, colocando mais adubo e aguardando nossos frutos.
Mas não podemos esquecer que um dia chega o juízo final de Deus onde à falta de arrependimento será inevitável: “se der fruto no ano que vem, muito bem! Se não, corte-a”.
Hoje temos ainda a oportunidade de examinar o nosso coração e percebermos onde estão os frutos do arrependimento.
Jesus está nos dando mais uma oportunidade para mudarmos segundo o seu propósito, segundo aquilo que Ele mesmo nos criou e morreu em nosso favor para que os nossos pecados fossem perdoados.
Podemos escolher hoje se vamos continuar especulando as tragédias da vida ou vamos examinar nosso próprio coração.
Lembre-se sempre: Deus deseja frutos e não somente folhas. Deus deseja vida e não apenas palavras vazias.