INVÍSIVEL AOS OLHOS

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INTRODUÇÃO

“O Pequeno Príncipe” é uma obra literária do escritor francês Antoine de Saint-Exupéry, publicado pela primeira vez em 1943 nos Estados Unidos.

“O Pequeno Príncipe” é o terceiro livro mais traduzido do mundo, contabilizando aproximadamente mais de 160 idiomas, e um dos mais vendidos por todo o planeta.

Este livro ganhou diversas adaptações, seja no cinema ou em espetáculos teatrais e musicais.

O livro conta a historia de um aviador que cai no meio do deserto com seu avião e está preocupado, pois tem que concertá-lo antes que seus suprimentos e água acabem, pois esta a milhas e milhas de distância de um povoado, mas um belo dia ao acordar se depara com uma pequena criança de cabelos dourados que usava um cachecol. Este é o pequeno príncipe que contara da onde veio e ensinara importantes lições para esse aviador.

O Antoine parece ser o aviador que está perdido no meio do deserto, a impressão que tenho lendo o livro é de que o Antoine teve um encontro com a criança interior que ele havia esquecido que existia. Todos os personagens citados neste livro parecem ser algumas pessoas que fizeram parte da vida do Antoine, o livro é uma crítica aos adultos e como esses, vivem suas vidas. Talvez Antoine tenha reprimido seu sonho de ser desenhista e por isso tornou-se aviador, ou talvez ele fosse uma pessoa solitária como o Pequeno Príncipe em suas viagens pelo universo, a grande questão é que o livro nos faz refletir sobre assuntos que esquecemos principalmente depois que nos tornamos adultos.

Mas o que tem de especial nesse livro?

O que acho engraçado sobre o Pq. Príncipe é que este livro, apesar de ser considerado uma literatura infantil, pra mim ele é voltado para adultos. Alias é uma forte critica a nós adultos.

Deveria ser considerado uma leitura obrigatória após os 30 anos.

NOSSO INTERESSE NAS PESSOAS

Uma das primeiras critica que é feita no livro é quando o autor vai apresentar o pequeno príncipe ao leitor. Ele diz:

“Elas [as pessoas grandes] adoram os números. Quando a gente lhes fala de um novo amigo, as pessoas grandes jamais se interessam em saber como ele realmente é. […] Mas perguntam: Qual é a sua idade? Quantos irmãos ele tem? Quanto pesa? Quanto ganha seu pai? Somente assim é que elas julgam conhecê-lo.” Pg.19

Vivemos numa sociedade na qual as pessoas valorizam mais o “ter” do que o “ser”. Quando conhecemos ou apresentamos alguém temos o interesse em o que a pessoa faz, como “advogados”, “médicos”, “empresários”, mas nunca “gentis”, “carinhosos”, “pacientes”, “tolerantes”.

Números atraem, mas sozinhos não dizem nada, nem nas expressões matemáticas.

Em Romanos 10:12-13 diz assim:

Não há diferença entre judeus e gentios, pois o mesmo Senhor é Senhor de todos e abençoa ricamente todos os que o invocam, porque “todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”.

BAOBÁS

O Pequeno Príncipe vive o drama dos baobás:

São arvores enormes, o solo do planeta do Pequeno Príncipe estava infestado por essas sementes. Por esse motivo o Peque Príncipe realizava uma rotina: diariamente, após realizar a sua higiene matinal era necessário realizar o higiene de seu asteroide, pois corria o risco de crescer um pé de Baobá que após ganhar tamanho não é possível retirá-lo, mas para isso era necessário deixa-lo crescer um pouco para poder diferenciá-lo de outro arbusto que poderia ser bom.

Jesus usou uma parábola em Mateus 13 sobre o joio e o trigo. No qual diz que é necessário deixar o joio e o trigo crescer para saber distingui-lo e arrancar o Joio. Neste caso Ele estava fazendo alusão ao reino dos céus, mas como uma licença poética eu notei que isso serve também para nossa vida diária.

Diariamente precisamos analisar os arbustos que crescem em nosso coração, se for um arbusto de baobá é necessário retirá-lo antes que cresça e vire uma árvore que mesmo uma manada de elefantes não serão capazes de retirá-lo. É necessário arrancar um arbusto de egoísmo antes que estejamos tão cauterizados e insensíveis que percamos a habilidade de amar o próximo.

A ROSA

Sempre existiu no planeta do Peq. Príncipe, flores muito simples, apareciam pela manhã e à tarde já murchavam. Mas aquela brotara um dia de uma semente trazida não se sabe de onde, e o Principezinho resolveu vigiar de perto aquele broto, tão diferente dos outros. Poderia ser uma nova espécie de baobá, mas o arbusto parou de crescer, e na sua extremidade começou a se formar uma flor. O Peq. Príncipe que assistia ao surgimento da rosa, parecia nunca acabar de preparar sua beleza, no seu verde aposento, ela queria aparecer no esplendor da sua beleza. Ela era vaidosa. E eis que numa manhã, justamente à hora do sol nascer, ela se mostrou.

A Rosa era muito vaidosa e contava algumas mentiras para o Principezinho, mas assim que ela nasceu os dois foram tomados por um sentimento forte.

Essa Rosa possuía quatro espinhos.

A rosa possui seus pecados, mas quem não é pecador? Mesmo assim o príncipe a tornou única no universo mesmo tendo tantas outras rosas iguais. Perdemos a habilidade de amar as pessoas como únicas, pois focamos mais nos espinhos do que na flor.

Não aceitamos o outro como ele é e/ou vemos a realidade sobre o mundo e sobre os outros distorcida.

O mistério da amizade reside exatamente nessa aceitação mútua para que possamos crescer juntos e de maneira saudável. Se não aprendermos isso, nossa vida espiritual, nosso cristianismo, nossas amizades estarão condenados ao fracasso. Não viveremos e não entenderemos o que Paulo explica em Coríntios quando usa o corpo como metáfora da igreja!

O Cristianismo é a religião da responsabilidade. Não apenas porque devo ser responsável pelos meus atos, mas porque Deus me responsabiliza por amar ao próximo, evangelizando-o e ensinando-o aquilo que um dia Cristo nos ensinou o perdão, o arrependimento e a Cruz.

O REI

O rei preferia se iludir a aceitar que não reinava sob as coisas. Somos tão prepotentes que é difícil a aceitar a dependência de Deus. Desejamos ter o controle sob tudo e todos. No personagem do rei fica claro que ele almejava tanto o poder que pagou altos preços como a solidão. Ouça este dialogo (Ler Pág. 41)

Cristo nos ensina a andar na contra mão desse sistema que almeja o poder.

Lucas 22:25-27

Jesus lhes disse: “Os reis das nações dominam sobre elas; e os que exercem autoridade sobre elas são chamados benfeitores.

Mas, vocês não serão assim. Pelo contrário, o maior entre vocês deverá ser como o mais jovem, e aquele que governa como o que serve.

Pois quem é maior: o que está à mesa, ou o que serve? Não é o que está à mesa? Mas eu estou entre vocês como quem serve.

Engraçado porque esse debate ocorre logo depois da santa ceia. Me espanta saber com o que os discípulos estavam preocupados com o PODER.

Apesar desses defeitos do rei podemos aprender duas boas lições.

1ª “É preciso exigir de cada um, o que cada um pode dar – replicou – Rei. A autoridade baseia-se na razão”.

Nessa primeira lição aprendemos algo muito sábio, não podemos viver cobrando as pessoas, temos uma tendência a exigir principalmente de quem mais dizemos amar, que sejam melhores, ou que façam algo por nós, somos muito parecidos com a Rosa quando agimos assim, e acabamos afastando quem está conosco. Deus mesmo não nos dá um fardo maior do que possamos carregar, assim também devemos fazer com nosso próximo.

2ª Tu julgarás a ti mesmo – respondeu-lhe o Rei – é o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. “Se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio”.

Nesta segunda lição aprendemos com esse Rei, que o importante é nos conhecermos, antes de conhecer o outro. Somos muito bons em conhecer as pessoas, mas e nós e nossos defeitos? Jesus disse em Mateus 7:3 e 4: Por que reparas tu o cisco no olho de teu irmão, mas não percebes a viga que está no teu próprio olho? E como podes dizer a teu irmão: Permite-me remover o cisco do teu olho, quando há uma viga no teu?

Apesar dos defeitos do Rei, ele nos ensina essas lições valiosas.

O VAIDOSO

Este homem tem a enorme necessidade de ser reconhecido e elogiado pelos outros. Assim que o Pq. Principe chega ao planeta o homem o pede para que o admire o, pede para que ele diga que é o mais inteligente, mais bonito e mais rico do planeta, o que é estranho para o protagonista, já que o vaidoso é a única pessoa do planeta.

Muitas vezes estamos envolvidos com ministérios e outras coisas para sermos reconhecidos e não para fazermos a vontade de Deus. Já escutei inúmeras vezes a frase “Tanto tempo dediquei ou tanta coisa que fiz e não foi reconhecido”. Quanto escuto isso penso, mas você não fez isso para Deus? É Ele que te dará o devido reconhecimento.

O BÊBADO

O Principezinho conhece um bêbado e tem o seguinte diálogo com ele:

“Que fazes ai? – perguntou ele ao bêbado, que se encontrava silenciosamente acomodado diante de inúmeras garrafas vazias e diversas garrafas cheias.

– Eu bebo – respondeu o beberrão, com ar triste.

– Por que bebes? – perguntou-lhe o pequeno príncipe.

– Para esquecer – respondeu o beberrão.

– Esquecer o quê? – indagou o principezinho, que já começava a senti pena dele.

– Esquecer que eu tenho vergonha – confessou o bêbado, baixando a cabeça.

– Vergonha de quê? – perguntou o príncipe, que desejava socorrê-lo.

– Vergonha de beber! – concluiu o beberrão, encerrando-se definitivamente no seu silêncio.

E o pequeno príncipe foi-se embora, perplexo.

O bêbado preocupa-se em tratar o efeito e não a causa. Como quando preferimos fugir de um problema a enfrenta-lo. Quando agimos assim somos covardes.

Em Tiago 5:16 diz assim

Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz.

O bêbado como muitos outros esta perdido nos atalhos que pegou, envolvido por um ciclo vicioso. Para quebrar esse ciclo é necessário quebrar o orgulho e prostrar-se aos pés de Cristo.

O EMPRESARIO

O empresário era um homem áspero, cheio de trabalho, muitíssimo ocupado para qualquer lazer, o negócio dele era grandioso, ele tinha 54 anos, e seu negócio era contar estrelas, dizia possui-las, e era rico por isso, quando o pequeno príncipe indaga para que ser rico ele diz que servia para comprar mais estrelas.

Este é um personagem muito interessante, pois representa um perfil muito atual. A pessoa que deseja ter por ter. Para mim ele representa uma pessoa desesperada por não ter uma causa sublime de vida e como solução criou uma causa fútil que é contar estrelas, mas não é capaz de perceber isso. Este homem esqueceu o que de fato tem valor. Seu objetivo é ser rico e um principezinho muito sabiamente pergunta-o, mas o que vale ser rico?

Lucas 12:20,21

“Contudo, Deus lhe disse: ‘Insensato! Esta mesma noite a sua vida lhe será exigida. Então, quem ficará com o que você preparou? ’

“Assim acontece com quem guarda para si riquezas, mas não é rico para com Deus”

Percebe que aqui há um grande perigo de trocarmos os valores? O que realmente tem valor nessa vida?

O ACENDEDOR DE LAMPIÃO

Tem a tarefa de acender o lampião de noite e apagá-lo de dia, mas o planeta gira muito rápido e o Sol se põe a cada minuto, o que faz com que o seu trabalho seja extenuante.

Tem dias, semanas, meses e anos que não falamos nossa, mas já? Já são 18h? Já estamos em julho? Daqui a pouco é dezembro e o ano se acaba.

Para e pense estamos só ascendendo lampiões?  Ou estamos sendo frutíferos?

O acendedor de lampião cumpria a regra estipulada por ele mesmo, acender e apagar o lampião de seu pequeno planeta. O pequeno príncipe admirou seu trabalho por não se tratar de se ocupar apenas consigo mesmo, como os outros personagens. No entanto o acendedor de lampião não executava seu trabalho de forma prazerosa, apenas estava cumprindo o regulamento, que não era nada flexível, esse acendedor reclamava, pois não tinha tempo de descansar e não via solução, apenas cumpria o regulamento. Será somos fiéis aos regulamentos, apenas por serem regulamentos, ou nos dedicamos a nossas tarefas por amor e prazer? Está aí uma pergunta para você refletir dentro de você.

O GEOGRAFO

No sexto planeta o pequeno príncipe encontrou o geógrafo, seu planeta era grande e bonito, esse personagem recebia os exploradores do mundo, para anotar as informações da geografia do mundo em seus grandes livros.

O que mais me chama a atenção nesse personagem é que ele conhece, de forma bem detalhado, outros mundo, mas não conhece o seu.

Há uma frase de Gandhi de grande sabedoria

“Você deve ser a mudança que você quer para o mundo”. Antes de querer mudar o mundo, você deve mudar a si mesmo. Fazendo isso, as pessoas que estão ao seu redor perceberão a mudança e também mudarão. Por essa razão que o conhecimento mais importante é o autoconhecimento. A partir desse conhecimento, você começará a perceber quais são as premissas e os preconceitos que te guiaram em outras situações e que você deve trabalhar para corrigir;

Evangelize se necessário use palavras!

OBSERVAÇÃO REFERENTE AOS ADULTOS

Note que todos os homens vem o príncipe por sua ótica e não pelo que ele realmente é. Pois, não tem interesse em saber quem ele gostaria de ser, mas no que ele gostaria de quem ele seja.

Tudo isso só para entendermos o que todo cristão já sabe de cor, mas que, infelizmente, nem sempre colocamos em prática: “Se vocês não mudarem de vida e não ficarem iguais às crianças, nunca entrarão no Reino do Céu” (Mt 18: 3b).

Talvez por vídeo da ótica de uma criança https://www.youtube.com/watch?v=vFsEZzo8MWk

RAPOSA

Depois de andar por um tempo pela terra, o pequeno príncipe chegou a um gramado, estava muito triste, de repente apareceu uma raposa que começou a conversar com ele. A raposa que representa a sabedoria ensinou muita coisa sobre a vida ao principezinho.

A raposa o levou a começar a descobrir o que é realmente importante na vida – o amor, a amizade e o companheirismo.

Veja o que a raposa diz para o Pq. Principe:
A gente só conhece bem as coisas que cativou – disse a raposa.

– Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo já pronto nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!

Muitas vezes desejamos fazer o mesmo com nosso relacionamento com Deus. Reflita o quanto tem cativado um relacionamento com Deus? Isso requer dedicação. Quantas vezes vc. Conversa com Deus? Lê a bíblia? Como podemos conhecer Deus se não nos dedicamos?

Talvez você conheça o pastor, os louvores, as tarefas que deve executar dentro de um ministério, mas não a Deus.

Isso tudo pode ser traduzido por uma frase da raposa:

“Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos”.

Quando olho para cruz com meus olhos vejo que aquilo foi um lindo ato, mas logo esqueço e inutilizo-a para minha vida.

Mas quando olho para a cruz com meu coração noto que o sacrifício é o essencial não só para minha vida, mas para a sua também.

Que Deus fale ao seu coração

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Sobre Comunidade Moriah

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