Texto para Reflexão: Leia João 11: 17 – 37
“Eu sou a ressurreição e a vida”. Creio que esta é uma das mais importantes declarações que Jesus fez a respeito de si mesmo.
É importante perceber que ela foi feita em um dos momentos mais tristes e angustiantes que uma pessoa pode passar: era um momento de morte, de luto.
Não importa qual seja o credo ou religião, todos têm algum tipo de crença na vida após a morte. Porém, isso não anula a tristeza e o pranto diante da morte, que continua a ser um momento de dor, de perda e pesar.
Não sabemos lidar com o falecimento das pessoas a quem amamos. Somente de pensar nisto, alguns já sentem o chão ruir debaixo de seus pés. Outros preferem sequer pensar no assunto e alguns, mais supersticiosos, “batem na madeira” ao ouvir falar em morte.
Neste texto, percebemos que, como acontece conosco, as pessoas que andaram próximas a Jesus também sofreram diante da perda de um ente querido. O texto nos mostra o sofrimento de Marta e Maria diante da morte de Lázaro.
Toda a narrativa do texto mostra a decepção das duas irmãs com a morte de seu irmão Lázaro: “Se o Senhor estivesse aqui meu irmão não teria morrido”.(21 e 32).
Mas Jesus faz uma declaração surpreendente para Marta: “O seu irmão vai ressuscitar”.
Jesus não falou isto apenas para consolar o coração de Marta, mas fez esta afirmação porque sabia exatamente o que iria fazer: devolver a vida a Lázaro.
Por mais que conheçamos a Jesus, parece que nenhuma palavra de conforto e consolo adianta quando chega a hora da despedida. Somos humanos, temos nossas fraquezas e nestas horas, pouco existe que possa nos confortar.
Creio que Marta não compreendeu a implicação e a realidade da afirmação de Jesus. Ela pensou que aquelas eram apenas palavras de consolo.
Ao responder, Marta demonstra a Jesus que estava conformada com a perda do irmão: “Eu sei que ele vai ressuscitar no último dia”(24).
Marta aparenta estar conformada com a situação, e a resposta que dá a Jesus expressava uma crença teórica, “teológica”, na ressurreição. Esta era a mesma resposta que os “religiosos” e conhecedores das “doutrinas” dariam. Eu sei sobre a ressurreição… Eu conheço… Já ouvi falar a respeito disto.
Infelizmente muitos de nós estamos conformados com a situação e não cremos que a ressurreição está disponível HOJE, que o milagre é para HOJE e que a vida é para HOJE.
Quando Jesus afirma: “Eu sou a ressurreição e a vida” é como se Ele estivesse afirmando: Hoje não é dia de morte, hoje é dia de vida. Você crê nisso?
A vida provém das palavras de Jesus. Apenas uma palavra do Mestre basta para um morto se levantar.
Segue-se, então, outra afirmação forte de Jesus: “Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá e quem vive e crê em mim não morrerá eternamente”.
Creio que Jesus fala a respeito de uma esperança presente e uma esperança futura. Ele tem poder para ressuscitar hoje, mas, também, para ressuscitá-lo para que você viva eternamente em Sua presença.
Precisamos crer em Jesus para a ressurreição hoje, mas também precisamos crer que, quando Ele voltar, seremos ressuscitados para a vida eterna.
Enquanto Marta sai para as ruas ao encontro de Jesus, Maria estava em casa, chorando o seu luto, e sendo consolada por amigos.
Amados, como é bom ter alguém por perto trazendo palavras de consolo e conforto. Um ombro amigo para chorarmos.
Como é bom termos amigos que, na hora da dor, estendem a mãos para nós. De certa forma, isto nos traz refrigério para a alma. “Em todo tempo ama o amigo, e na angústia se faz o irmão”. Prov. 17: 17.
Mas quando Maria soube que Jesus estava chegando, ela não pensou duas vezes: correu ao encontro de Jesus.
Somente Jesus tem as palavras de vida eterna. Palavras de ressurreição, de cura, de libertação, de provisão.
Jesus percebe a dor, a decepção e o lamento de Maria.
Jesus chorou.
Jesus chora a nossa dor. Jesus se angustia com a nossa decepção e se compadece de nós.
Maria estava presa na dor, na decepção, na angustia. Quatro dias remoendo a sua mágoa. Quatro dias se lamentando em choro e procurando consolo junto àqueles que sofriam a mesma perda.
Marta volta para casa e avisa sua irmã: Jesus está aqui e está te chamando.
Jesus quer vê-la, enxugar suas lágrimas, trazer novas esperanças ao seu coração. Renovar a sua fé.
Então, Maria corre ao encontro de Jesus.
É exatamente isto que temos que fazer. Somente Jesus pode nos devolver a vida, pois somente Ele é a ressurreição e a vida.
Maria não ficou mais com os que choram a morte, ela correu para Aquele que pode dar a vida: Jesus.
Jesus chorou porque amava Marta, mesmo ela não tendo compreendido plenamente a implicação prática e o poder da Palavra que Jesus havia proferido.
Jesus chorou porque amava Maria, mesmo que – naquele momento difícil – ela havia perdido a fé e buscado um consolo apenas humano.
Jesus chorou porque amava Lázaro, que estava morto.
Jesus agitou-se no espírito, pois a morte é Sua inimiga:
“O último inimigo a ser destruído é a morte” (I Cor. 15 :26).
“Tragada foi a morte pela vitória. Onde está ò morte o teu aguilhão?” (I Cor. 15: 54,55).
Jesus venceu a morte!
Lázaro morreu e ressuscitou. Jesus morreu e ressuscitou e da mesma forma nós vamos um dia ressuscitar para uma nova vida.
O túmulo de Lázaro ficou vazio. O túmulo de Jesus está vazio. Nós não fomos criados para a morte, mas para a vida – e vida em abundância.
Jesus é aquele para quem não há impossíveis. Mesmo diante da morte Jesus é a ressurreição e a vida.
Faço minhas as palavras do Pastor Fabricio Valadares:
“Uma das maiores transformações de Jesus foi tirar a ressurreição do livro e trazer para a pratica.
Marta “olhava para o futuro: “sei que ele ressurgira no futuro” os amigos de Lázaro olhavam para o passado “se Ele tivesse chegado a tempo isso não teria acontecido”.
Jesus então chama a atenção de todos para o presente, aonde quer que ele esteja à ressurreição está disponível em Deus”.
Crer que o milagre acontecerá sempre é ilusão. A própria Palavra ensina (“ainda que a figueira não floresça, eu me alegrarei em Ti – Habacuque 3”).
Porém, pensar que o milagre jamais poderá acontecer, que Jesus já não faz grandes coisas, acima da nossa compreensão, é assassinar a fé. É morrer espiritualmente.
Não podemos confinar a fé às nossas convicções teológicas e doutrinárias. Não podemos limitar o Poder de Deus à nossa razão. A fé, por sua natureza, crê contra a razão – contra a própria esperança.
Não podemos ficar em casa à vida inteira, nos lamentando e chorando.
Devemos correr até Jesus com o coração entregue, e crer que o milagre da vida ainda pode acontecer.