QUEM É O MEU PRÓXIMO?

“E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo. E disse-lhe [Jesus]: Respondeste bem; faze isso, e viverás. Ele, porém, querendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu próximo?”  (Lucas 10:27-29)

Pense por um instante: O que é ser um cristão exemplar?

Frequentar a Igreja todos os domingos? Ter vários ministérios, falar de Jesus em toda a oportunidade possível? Cantar louvores? Dar o dízimo? Colocar um adesivo no carro?

Todas essas coisas, pelo menos na mente de uma grande maioria das pessoas, têm alguma relação com “ser um bom cristão”.

Já imaginaram se essa pergunta fosse feita a Jesus nos dias dele na Terra? O que será que ele responderia?

Alguém, uma vez, ousou questionar Jesus sobre o que deveria fazer para “herdar a vida eterna” – “ser salvo”.

Pouco sabemos sobre essa pessoa, mas a Bíblia o chama de “Doutor da Lei”. Ou seja, era alguém piedoso, religioso, “certinho”. Era alguém conhecido como um verdadeiro especialista na Bíblia.

Talvez, nos dias de hoje, fosse exatamente a pessoa a quem todos procurariam para saber o que é ser um “cristão exemplar”.

Talvez, também, fosse o tipo de pessoa que, ao fazer essa pergunta, esperava mesmo, lá no fundo, era ouvir um belo elogio de Jesus. “Servo bom e fiel, você já faz tudo o que é necessário para ter a vida eterna” – isso era o que, provavelmente, o tal “doutor” estava esperando ouvir de Jesus.

Jesus respondeu ao homem com os dois mandamentos mais importantes da lei: Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo, como a ti mesmo.

A resposta de Jesus era simples e direta. Mas aquele homem não estava satisfeito.

“Mas…quem é meu próximo?”, ele insistiu.

Jesus deve ter sorrido antes de começar a responder em forma de uma história – a famosa parábola do Bom Samaritano.

Essa pergunta – era como se Jesus dissesse – faz toda a diferença.

“Quem é Meu Próximo?” – A forma como respondemos a essa pergunta para nós mesmos define o tamanho da nossa religião, ou, no nosso caso, o tamanho do nosso cristianismo. Define até mesmo o tamanho do nosso “deus”.

Uma pessoa pode ser excelente na “teoria”, e péssima “na prática”.

Na história do Bom Samaritano, o Sacerdote e o Levita eram excelentes na teoria.

Eram especialistas na Bíblia, e estavam a caminho da igreja.

Frequentavam a denominação certa, tinham toda a aparência e a coreografia de comportamento certos – mas o coração estava, na verdade, distante de Deus. Tinham a doutrina certa, mas não tinham essência. Tinham a forma, mas não o conteúdo.

E o Bom Samaritano, quem era? Antes de mais nada, o que é um Samaritano?

Um samaritano era um judeu “impuro”, que praticava uma religião errada. Era alguém que adorava no lugar errado, que ia na igreja errada

Para você, quem seria essa pessoa hoje?

Era alguém que, com certeza, olharíamos desconfiados se fosse apontado como um “bom exemplo”. Nós, talvez, tivéssemos muita resistência, e até raiva, de ter que “imitar” essa pessoa. É o tipo de pessoa que não cabe na nossa teologia.

Porém, foi justamente essa pessoa, tão improvável, que soube bem enxergar o seu “próximo”. Foi ele que não “passou de largo”, que não ficou insensível diante da dor, da solidão, e da fraqueza de um ser humano.

Foi ele quem soube correr o risco necessário, e que não ficou procurando uma desculpa. Não disse para si mesmo “isso não é problema meu”. Foi ele que não virou o rosto, não atravessou a rua, não levantou o vidro do carro, não fingiu que não era com ele.

“Quem é Meu Próximo?” é a pergunta que um verdadeiro discípulo de Jesus deve se fazer diariamente. Sim, pois, todos os dias, há alguém perto de nós que precisa de socorro, de uma palavra de esperança, ou, às vezes, somente de um olhar.

“Quem é Meu Próximo?”, essa pergunta nos desafia e nos faz sair da nossa zona de conforto, da nossa indiferença, dos nossos “egoísmos” e questõezinhas individuais. Ela penetra fundo na nossa alma, e nos faz rever conceitos e prioridades.

Ela nos transporta do mundo da religião – o mundo do cristianismo com “c” minúsculo, com seus dogmas, catedrais e códigos– e nos leva para a verdadeira dimensão do Evangelho, onde os verdadeiros tesouros são invisíveis: a coragem, a fé, o amor, a esperança.

É o olhar que não se desvia do necessitado, a voz que não se cala diante da injustiça, a mão que se estende para levantar aquele que está caído. O Reino de Deus está nessas coisas pequenas.

Aquele doutor da lei deve ter ficado surpreso – e até bravo – com a resposta de Jesus.

Alguns de nós, infelizmente, continuam não entendendo. Queremos discutir com Jesus, não aceitamos que um Samaritano possa “herdar a vida”. Queremos apanhar o Samaritano no flagra, queremos desmascará-lo – ao invés de repensar nossos valores e reconhecer, humildemente, que sabemos menos de Deus do que achamos que sabemos.

“Quem é o Meu próximo?” – tudo começa com essa pergunta. Olhe ao redor e pense: Você já se fez essa pergunta hoje?

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Sobre Comunidade Moriah

Seja bem vindo! Você acessou a página da Comunidade Moriah, uma Comunidade Cristã dedicada a viver e propagar a mensagem do Evangelho sem barganhas, em um espírito de humildade, sinceridade, moderação e amor. Aqui você poderá ficar por dentro de nossas atividades e conferir algumas das mensagens que têm sido ministradas entre nós. Esperamos que elas possam abençoar a sua vida tanto quanto nos têm abençoado!
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