Lei e Graça. Este assunto continua “dando o que falar”.
Tem gente que realmente se incomoda com esse “papo” de Graça. Cheios de justiça própria, eles gostam de se enxergar como gente que está “dentro” da Lei.
Esses são os “fãs” da Lei. Geralmente, são os mesmos que pensam que a Graça é só um caminho “largo”, que a Graça é “liberou geral”.
Esses, como já dissemos, – infelizmente – não entenderam absolutamente nada…
Há, porém, outros que apenas “pensam” que entenderam…
São estes os que transformam a Graça de Deus em uma simples “teoria” (teologia), ao invés de Vida e Verdade em seus corações.
Assim, eles sempre acabam “dividindo” tudo, como se houvesse dois “deuses”: um no Antigo Testamento, e outro no Novo Testamento. Como tivesse havido um “tempo” para a Lei, e um “tempo” para a Graça.
Essa não é a Verdade, tampouco.
Quem, de fato, entendeu, sabe que não existem duas “coisas” diferentes (a graça e a lei). A única coisa que de fato existe (sempre existiu) é a Graça.
Tudo é graça. Graça é tudo. Até mesmo a própria Lei.
Porque há um mistério na Bíblia que eu não entendo. Porém creio mesmo assim. Está no Apocalipse (o livro das revelações):
“E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.” (Apocalipse 13 : 8 )
Muita gente pode até conhecer esse versículo de cor, mas –sinceramente – você já parou para pensar que coisa mais doida é essa?
Antes da fundação do mundo, antes da criação… o Cordeiro já havia sido morto por nós.
Sabe o que isso significa? Que antes mesmo da Lei… Na verdade, antes de o homem ser criado… Antes de que Deus dissesse “haja luz”, Ele disse: “haja CRUZ”.
O plano da salvação não foi um “plano B”. Antes que Adão – eu e você – tivéssemos falhado, Deus já havia “planejado” a Graça.
A Graça, na verdade, foi o Princípio da Criação (“No Princípio era o Verbo”).
Esse conhecimento é grande demais para mim, como diria o Salmista.
Essa, porém, é uma Verdade central nas escrituras, e eu deveria acostumar a ler toda a Bíblia – aliás, enxergar todas as coisas no mundo – a partir dessa revelação fundamental.
Pois tudo que está ali, seja a Lei, sejam os Profetas, os Salmos, enfim …. Tudo serviu (e serve) para que a mensagem de Deus, então “escondida” (desde a fundação do mundo), fosse finalmente revelada.
Mas, então, a própria mensagem (isto é, o Verbo) se fez carne, e habitou entre nós…
As pessoas costumam repetir isso, mas não entendem com o coração. A Palavra de Deus se fez carne, e não só carne, mas também sangue, suor, lágrimas, emoções e sofrimentos…
Em Jesus, a mensagem de Deus se auto-interpretou. Tudo que precisávamos saber sobre Deus se revelou.
E a mensagem é essa: a de que Deus, o Pai, mesmo sendo infinito em glória e sabedoria, olhou para nós, seres limitados e imperfeitos, misericordiosamente. E o Filho, tendo amado ao Pai, e nos amado também, mesmo sendo o Príncipe dos Céus, mesmo tendo – pela Lei – todos os “direitos” e “prerrogativas”, escolheu o caminho mais “difícil”: se entregar em nosso favor.
Ninguém poderia obrigá-lo (nenhuma Lei). Ele o fez voluntariamente, por amor.
O amor existiu no começo e também existirá no final. Pois Ele – que Era, que É e que há de Vir – é a essência do amor.
Portanto, não se trata mais de seguir uma “lista” de mandamentos. Se trata de imitar o exemplo de Cristo, se entregando voluntariamente (em amor) em favor de outros.
Essa é a Lei da Graça. Nada tem de caminho “largo”. Falando parece até fácil, mas é muito mais difícil do que seguir qualquer outra Lei.
Isso deve se converter na nossa luta diária. Afinal, quem entendeu sabe que a mensagem só faz sentido se ela (o “Verbo”) continuar viva em nós, vasos de barro.
Oremos para que este seja o seu (o nosso) caso!