“A Gloria da Segunda Casa será Maior do que a Primeira” (Ageu 2:9)
A História da “Primeira” Casa
Cerca de mil duzentos e setenta anos antes de Cristo, Josué liderou a marcha dos exércitos de Israel, seiscentos mil homens fortes, para cruzar o Rio Jordão e conquistar a terra que Deus prometera a Abraão.
Após anos de inúmeras batalhas, os israelitas derrotaram os exércitos de trinta e um reis de Canaã. Josué, então, divide a terra prometida entre as doze tribos de Israel.
Alguns remanescentes dentre os povos inimigos, no entanto, continuaram resistindo à presença dos israelitas na Terra Santa. O processo de conquista da terra só foi completado quatrocentos anos mais tarde, com o Rei Davi, que venceu os filisteus e conquistou a cidade de Jerusalém.
Com o filho de Davi, Salomão, tiveram início quatrocentos anos de soberania judaica na Terra Santa. É nesse período que o Primeiro Templo (a “Primeira Casa”) foi construído em Jerusalém.
Porém, no ano quinhentos e cinquenta e cinco antes de Cristo, Salmaneser, o Rei da Assíria, invadiu o Reino do Norte, e dez tribos de Israel foram exiladas. Pouco tempo mais tarde, em quatrocentos e vinte e dois antes de Cristo, o Rei Nabucodonosor invadiu o Reino do Sul, destruindo o Templo, e levando prisioneira a maior parte das outras duas tribos que restavam.
O Retorno e a construção da “Segunda” Casa
Depois de setenta anos de cativeiro na Babilônia – época em que o livro de Daniel foi escrito – os judeus retornam à Jerusalém em ruínas. Liderados por Esdras e Neemias, eles reconstroem o Templo.
É nesse momento que a palavra de Deus vem a Ageu: “A glória da segunda casa será maior do que a primeira”.
O Que a Segunda Casa tinha de Especial?
O profeta disse que a glória da Segunda Casa seria maior do que a da primeira. Olhando friamente para a história, porém, fica difícil enxergar toda esta “glória” na Segunda Casa.
A Primeira Casa foi construída pelo Rei mais sábio de todos os tempos, Salomão. Sua beleza era tanta, que gente de muito longe vinha para poder conhecê-la. De fato, a Primeira Casa era chamada uma “casa de oração para todos os povos”.
Na época em que a Segunda Casa foi construída, em contraste, o Reino havia sido tomado há mais de setenta anos de Israel.
Enquanto a Primeira Casa foi construída na época em que Israel era um país livre, a Segunda Casa foi construída em tempos difíceis, quando o povo de Deus estava sob o domínio de reis inimigos.
Onde estaria, assim, a “glória” de que fala o profeta Ageu? Será que ele havia se enganado?
A Verdadeira Glória da Segunda Casa
A Primeira Casa foi construída graças à conquista pela força militar e pelas muitas riquezas do reinado de Salomão que daí vinham.
O que, por outro lado, poderia explicar a construção da Segunda Casa?
Gente comum e oprimida por diversos problemas, vivendo em um lugar completamente hostil, sem dinheiro, sem glórias e sem nenhuma condição de construir coisa alguma decide firmemente, em seu coração, que aquilo era a vontade de Deus. E eis a Segunda Casa construída!
“Não por poder, ou por força, mas pelo Meu Espírito” era o lema da “Segunda Casa”. É aí que a glória do Senhor começa a ser revelada, e que toda sabedoria humana silencia diante de Deus.
A glória da Segunda Casa não estava na beleza das construções, nem no poder humano do “reino”. Ela estava escondida nos corações daquele povo. No desejo por arrependimento. Na sensação de tristeza e saudades da “Casa do Pai”.
A “nossa” Segunda Casa
Semelhantemente à história de Israel, nas nossas vidas espirituais, muitas vezes, temos necessidade de recomeçar.
Nesses momentos, a maior dificuldade, às vezes, é a comparação com a glória da “Primeira Casa”, que representa tudo aquilo que já vivemos no passado. Olhamos para a “Primeira Casa”, para tudo aquilo que já foi feito, e ficamos desanimados a começar tudo de novo, tudo do “zero”.
Porém, é justamente nestes “humildes” recomeços que a glória de Deus se esconde. Pois é próprio do Pai trazer à existência o novo, aquilo que não existe.
Enquanto nos acomodamos com tudo aquilo que já vivemos, Ele ainda tem mais para revelar sobre sua verdadeira natureza, sobre o amor Dele por nós… O nosso desafio é crer e lançar “mãos à obra”.
A “Segunda Casa” podia não ter muita coisa de especial em comparação à “Primeira Casa”. Porém, o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores – Jesus – por ali caminhou, ensinou e encheu aquele povo de alegria e luz. Quer glória maior do que essa?
Creia … A segunda glória sempre será maior do que a primeira!