A CAVERNA

Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!”  

Mateus 6:22-23.

 Em “A República de Platão”, Sócrates, propõe ao seu discípulo Glauco uma imagem interessante: Ele pede que ele imagine homens que passaram toda a sua vida em uma caverna que dá a entrada à luz, em toda a sua extensão.

Ali desde a infância, os homens têm o pescoço e as pernas presos de modo que permanecem imóveis e só vêem os objetos que lhes estão diante. Presos por cadeias, eles não podem voltar o rosto para a luz, de modo que tudo que conseguem enxergar são apenas sombras.

Você pode não ter notado a semelhança, mas a Bíblia tem a sua própria versão da “caverna” de Platão. Ela se chama “Egito”. Em hebraico, a palavra “Egito” é “Mitzraim”, que significa “lugar de confinamento”, ou “lugar de trevas” (algo que lembre vagamente uma caverna??). Não por acaso, o povo de Israel permaneceu ali “confinado” durante cerca de 400 anos, sob jugo de pesada escravidão.

Na linguagem da Bíblia (que é uma linguagem figurada) o Egito representa um tipo de escravidão que nos assola por dentro. O Egito torna o nosso horizonte estreito, nos mantendo tão ocupados com nossos interesses e necessidades imediatas que sequer somos capazes de nos levantar contra as injustiças do mundo ou mesmo de sonhar com algo maior.

Por isso, quando Moisés foi anunciar ao povo de Israel a palavra da libertação prometida, eles simplesmente não puderam crer, por causa da “angústia de espírito e pela dura servidão” (Êxodo 6:9).

Como homens que tem suas faces voltadas para as paredes de uma caverna, tudo o que eles podiam enxergar naquele momento eram sombras – no caso, a sua carga diária de tijolos (leia Êxodo 5:19).

Não seria possível descrever neste texto (ou em quantas palavras existissem), qual a sensação de contemplar a luz do sol e a realidade por trás das sombras pela primeira vez na vida.

Só sabemos o que fizeram os israelitas ao verem seus perseguidores precipitados no Mar Vermelho: eles entoaram um canto de louvor ao Eterno, o primeiro hino de que se tem registro na Bíblia.

Somente um milagre para transformar uma gente escrava, amargurada e oprimida em um novo povo, repleto de esperança e que é capaz de sonhar. Seus corpos ainda traziam as marcas da escravidão, mas seu espírito – este, sim, cantava.

Que o Eterno possa iluminar nossas mentes e corações, e que possamos, além das dificuldades (e não foram poucas neste último mês…) vislumbrar o Seu reino, que é a verdadeira essência da liberdade.

Naquele, que nos libertou das trevas para o Reino de Sua

maravilhosa luz,

Comunidade Moriah

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